domingo, 29 de maio de 2011

Choro

Eu gosto mais, tu gostas menos...
Gosto muito... Gosto pouco..
Quem define gostos,
cria um mundo louco.
Loucura, insana...
Criação... Mão humana...
Mundo perdido
que por algures, emana.
Porque reclamo eu assim?
Se vivo nas ondas deste mar...
Onde tudo quer ver o fim.
Onde tudo, me faz chorar.
Pensamento diferente!
Mas de que vale se faço igual?
Viver num corpo dormente...
Num mundo louco, é normal.
Olho em volta e não entendo.
Como vivemos consolados.
Apenas sem olhos perco o medo...
E vivo assim, sem o fado.
Eu não gosto, eu odeio ser...
Ser quem sou... aqui.. Agora.
Mas eu amo, eu amo tremer...
num mundo louco a morrer.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ausência Oculta

Desapareceu... ou talvez não.
Nada em mente, ou tudo em vão?
Que doce é o meu presente.
Sem um tostão...
Em frente tu vais,
Querendo o sempre,
os mais e os tais...
Não paras!
Acabas só e achas demais.
Devaneio... Desabafo...
Algo saiu, sem o querer.
Que certo momento meu, acho.
Fechei os olhos para o ver.
Em frente continuas tu...
Olhando crente,
indiferente, tão cheia em mente...
Agora paraste...
Ali só, estás... transparente.
Desapareceu... Finalmente.

sábado, 21 de maio de 2011

Presa Inerte

Um canto ali sozinho,
bem definido e com querer.
Simples é, o seu caminho
sem o desejo a moer.
Frágil é meu tecto,
deixando-se ir na corrente.
Um amor sem afecto,
morre por ser crente.
Dois lados tolos, tenho eu...
Sem vontade de os agarrar.
Quero um, mas tenho o teu.
Afinal sei, mas vou-me calar.
Fresco ar que vagueias por aqui,
ouvindo-te eu cantar assim.
Livre és tu, como livre eu vim.
Vazio por ti, vazio vivi...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ficamos aqui!

Engraçado isto,
que me lembro eu.
Foi ao tempo que desisto,
do pensamento teu.
À beira mar, em brisa suave...
Agarras e me prendes.
Pensei eu... “Não é grave”
Agora sei que não te rendes.
As palavras fogem em ondas,
como as que vejo ao luar...
O tempo passa e nós ali...
...perdidos a pensar.
Engraçado isto,
que agora sinto eu.
Nem o quero, mas está visto.
Amar em mim, morreu...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Enganando o amor

É bom sentir felicidade,
é bom saber ser feliz.
Mesmo não sendo a verdade,
isso eu nunca te fiz.
É bom sentir o sorrir,
é bom ver sem o querer.
Mesmo sentido ferir,
continuo-o a querer ver.
É bom falar e aprender,
é bom curar a mágoa.
Mesmo continuando a crer,
que o amor, é água...
É bom sentir felicidade,
quando ela não existe.
Aquela dor, da amizade..
Amor? Não insiste...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pensar...

Pensar...
Todos os dias o faço.
Todos os dias me apetece.
Penso em teu abraço
e em quem o merece.
Faço, mas não o devia.
Nem sinto o que queria.
Só os olhos rasgados vejo,
vem e dá-me o teu beijo.
Quero, quero isso..
Penso sempre que tu virás.
Mesmo sem compromisso,
apenas ingénua paz...

sábado, 14 de maio de 2011

Paciência

Hoje descobri.
Que não a tenho.
Nem nunca a vivi.
Nem com empenho.
Quando a faço em mim,
pouco ela importa.
Mas se a vejo em ti,
é como uma faca corta.
Agora sim, sou sincero...
Digo o que sinto e o que sou.
Paciência é o que quero.
Sou vazio como estou.
Entristece-me ser assim...
...e querer o que não tenho.
Sem ver o que existe em mim,
só a dor eu detenho.
Dá-me um pouco....
Dá-me meu Sol!
Senão sim, fico louco...
À deriva, sem farol.
Estou perdido por fim,
sem esperança nem vontade.
Olho em volta e sim,
já sinto falta da amizade.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Confissão

Não entendo...
Não entendo o porquê.
Não entendo, nem desvendo...
Não percebo quem não crê.
Um dia sol, no outro não.
Nunca sei o que esperar...
Será a dor no coração?
Ou simplesmente o amar?
Não te entendo...
Nem nunca irei entender.
Mesmo tu, sendo.
Tudo o que quero ter.
Um dia vi...
...no outro abri os olhos.
Aquilo que vi em mim,
em ti são tudo sonhos.
Não entender é não lutar...
É não querer realmente.
Mas então, será isto o amar?
Ou serei eu descrente?
Serei sim...
Mas uma coisa entendo sempre.
Viver assim é penitente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dor Surda

Começo por dizer.
Que não sei porque sinto.
Acabo por saber.
Que afinal minto.
Tenho aqui...
...e tenho lá.
Será que sinto?
Entre caminhos e ilusões.
Não sei bem distinguir.
Sou grilo em sapões.
Não adianta fugir.
Não sei aqui...
...nem lá saberei.
Para quê fingir?
Continuo por fazer.
O que minto por chorar.
Choro para entender.
O porque do meu corar.
Estou aqui...
o meu está lá.
Para quê amar?
Acabo sem indiferença.
Ou não chego a começar.
Pois aqui a presença.
É apenas o olhar.
Começo...
...por acabar.