segunda-feira, 21 de maio de 2012

Oração


Ouve-me
Ouve-me meu Céu
Dou-te as minhas dores
Sem medo de Ti
Sem medo do mundo
Apenas Eu
Só quero que oiças
Nada mais.
Quero que saibas
Porque não o sabes
Não te vejo, Nem te temo
Mas dói-me…
Sinto-me fechado
Em tua imensidade
Espera! Ouve-me, por favor.
Dói-me ainda mais…
O que não vejo.
Dás-me tudo
Tudo o que não te peço
Não te escondas, agora…
Ouve, o que te digo…
Só quero que a mates.
Esta dor que carrego.
Faço-o por ti…
Não me digas que o sabias…
Porque mentes?
Ai! Meu Céu…
Nunca me soubeste ouvir
Só eu, para me iludir.
Só eu, para te sentir…
Ouves-me?
Vou partir.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Descemos o rio

Descemos o rio
Desde as pequenas gotas
A brotar com um sorriso
Criando a vida, o ser.
Que bela nascente
Que único viver.
Descemos o rio
Como criança que ele é
Disfruta de nós…
Vivendo a amizade, perdido.
Que inocente.
Que amor sentido.
Descemos o rio
Na sua força ingénua
Na corrente viva
A devorar…
Que poder benigno
Que vive até ao mar.
Descemos o rio
Por longos mantos
Límpidos, transparentes.
Onde irão desaguar?
A ondular sem razão
Deixou-se levar.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sorriso Perdido

La vai ela, a menina que não ri
Todos os dias a vejo passar
E, nem um sorriso...
Apenas um, para me chamar

Diz-se que não o sabe
Fala-se que é triste e sozinha
Se sorrir, que não acabe
Parece a vida, que é minha.

Aquele ar que é, casmurro
Esconde o brilho, doce, a alma.
Esconde de todos. Tudo!
Mostra o que és, com calma.

Desces a rua apressada
Corres na brisa, no vento.
Não és mais que a madrugada
Sem o sorriso para meu alento.

Não te vejo mais, por onde foste
Aposto que segues, deslumbrante
Imagino eu, por amor…
Como amigo, perdido, amante.

domingo, 8 de abril de 2012


Sorris

Lembro-me do momento

Lembro a tua cara

Redonda

Como a enches de brilho

Lua cheia

No meu céu ausente

Escondida

Única… Estrelada…

És a luz

Da minha escuridão

Abandonada

domingo, 1 de abril de 2012

Amigos

Amigos meus que trago aqui.
Porque os guardo
Sem consciência de mim
São amigos, irmãos...
De bom grado
Te dou as mãos
Aqui os tenho por completo
Inconscientes
Sem nada em concreto
São perdidos, sem rumo...
Serenamente
São o cigarro que não fumo
Tudo o que são, eu assumo
Amigos por obrigação
Todos o somos, porque não?
Amigo.
Não o és por uma razão
Não o és, nem serás
Meu irmão
Refiro-me a ti... a mim...
Somos nós
O que trago sem razão.

sábado, 31 de março de 2012

Murmúrio

Sento-me e espero
Por mais uma hora
Por um vazio, lá fora
Sento-me e espero
Olho a janela
Por onde vejo o mundo
Não mais que um segundo
Sento-me e observo
Oiço o velho murmúrio
Que me quer alerta
Deste ardor não me liberta
Sento-me e desespero
Por um ser, que não o é
Desespero por mim
Porque quero
Mas não assim.

quinta-feira, 29 de março de 2012

É noite.
Corre uma brisa gélida la fora
Imagino como será lá estar
Tenho uma luz acesa
A garganta seca
Algo perdido pelo chão
Um copo vazio à dias
Mas não...
Não faço um esforço
Nem o farei.
Imagino apenas como será
Tento pelo menos
E por mais que tente
Por mais que imagine
A brisa continua gélida
Cortante...
Continua a rasgar cada sonho
Cada pensamento
Em cada momento
Mas então...
Não nos preocupamos sair?
Não sabemos sentir?
Imagino apenas
E imagino o que quero
Não a Verdade
Essa não penso nela